URGENTE: Brasil entra em recessão econômica com queda do PIB

Queda de 8% no setor de agronegócio foi maior responsável pelo resultado, ressalta o IBGE; no segundo trimestre do ano, o PIB teve queda de 0,4%, segundo revisão divulgada nesta quinta.

Movimentação de pessoas em estação de metrô, em São Paulo, Brasil, em imagem do dia 1º de dezembro. — Foto: Andre Penner

 Movimentação de pessoas em estação de metrô, em São Paulo, Brasil, em imagem do dia 1º de dezembro. — Foto: Andre Penner

A economia brasileira recuou 0,1% no terceiro trimestre de 2021, configurando quadro de recessão técnica – quando o PIB (Produto Interno Bruto) apresenta queda por dois trimestres seguidos.

Os dados, que vieram ligeiramente pior que o esperado pelo mercado, de alta de 0,1%, foram divulgados nesta quinta-feira (2) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No primeiro trimestre do ano, o PIB — que represente a soma de todas as riquezas do país –, cresceu 1,2%. No período seguinte, teve queda de 0,4%, segundo revisão divulgada pelo instituto. Anteriormente, a queda registrada de abril a junho era de 0,1%.

Esse movimento mostra que a recuperação da economia após o período mais crítico da pandemia perdeu força.

O principal impacto no resultado veio da queda de 8% na agropecuária, ressalta o IBGE, e também pelo recuo de 9,8% nas exportações de bens e serviços. Já a indústria — que corresponde a 20% do PIB — ficou estável. Os serviços, por outro lado, registraram alta de 1,1% no período. O setor responde por mais de 70% do PIB nacional. Em relação a igual período de 2020, o PIB cresceu 4%.

Tombo do agronegócio

O tombo de 8% do agronegócio no trimestre foi consequência do encerramento da safra de soja, explica o instituto, que também acabou impactando as exportações. Segundo a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis, a colheita da soja impacta no resultado por ser muito mais concentrada nos dois primeiros trimestres.

“Como ela é a principal commodity brasileira, a produção agrícola tende a ser menor a partir do segundo semestre. Além disso, a agropecuária vem de uma base de comparação alta, já que foi a atividade que mais cresceu no período de pandemia e, para este ano, as perspectivas não foram tão positivas, em ano de bienalidade negativa para o café e com a ocorrência de fatores climáticos adversos na época do plantio de alguns grãos”, diz em nota.

Abertura da economia ajudou serviços

Serviços prestados à família foram o destaque do período, influenciados positivamente pela reabertura da economia, à medida que a vacinação contra a Covid-19 avançou de forma relevante no país. Esse segmento entra em “outros serviços”, cuja alta no período foi de 4,4%

Além de “outros serviços” o IBGE destaca outras quatro altas em atividades da categoria serviços: informação e comunicação (2,4%), transporte, armazenagem e correio (1,2%), administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,8%). As atividades imobiliárias ficaram estáveis.

Do lado das quedas, ficam as atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (-0,5%) e comércio (-0,4%) registraram variações negativas.

“A queda nos serviços financeiros se deve em parte a um aumento nos sinistros de planos de saúde. Já o comércio, que foi um dos setores mais afetados pela pandemia, teve uma forte alta no segundo trimestre, com a reabertura, portanto, a base de comparação estava alta e as famílias também migraram parte do seu consumo para os serviços”, explica Palis.

Fonte: CNN Brasil

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