Jornalista e ex-candidato a vereador é investigado por suspeitas de divulgação de fake news contra autoridades no Piauí

Polícia Civil do Piauí cumpriu mandado de busca e apreensão e suspeito relatou os crimes, segundo a polícia.

 

O jornalista e candidato a vereador pela cidade de Valença em 2020, Thiago Maciel, filiado ao MDB, é o suspeito de ser o autor das publicações falsas e crimes contra a honra de autoridades do Piauí, segundo a Polícia Civil informou nesta sexta-feira. O jornalista não quis se manifestar e o G1 não conseguiu contato com os outros investigados.

O delegado Anchieta Nery, titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), informou que pelo menos mais duas pessoas estão sendo investigadas na Operação Fake News, por uso de dinheiro público para a propagação de informações falsas nas redes sociais durante o período eleitoral de 2020.

Valença do Piauí

Natural de Valença, o jornalista tinha contato com ex-secretário de governo da cidade. O município de Valença, segundo a polícia, teria repassado R$ 13 mil – oriundos dos cofres públicos da cidade - a Thiago Maciel, para que fizesse publicações contra adversários políticos na cidade, antes e durante o pleito eleitoral de 2020.

Segundo a polícia, o jornalista usava diversos perfis falsos para fazer as publicações. O G1 tentou, mas não conseguiu contato com o ex-secretário e nem com a ex-prefeita de Valença.

Teresina

Na capital, um marqueteiro natural do Ceará, não identificado, teria repassado R$ 9 mil reais em duas transações bancárias para o jornalista, com o mesmo objetivo: publicar nas redes sociais informações falsas. Os alvos eram candidatos e autoridades do PT e do PR, como o governador Wellington Dias (PT).

A polícia não informou quem seriam os interessados, em Teresina, na contratação dos "serviços" de publicações das fake news contra autoridades e candidatos das siglas citadas.

Investigação

As investigações iniciaram no começo de 2020, quando as vítimas denunciaram crimes de calúnia e difamação à polícia. Com o avanço do trabalho policial, a DRCI apurou indícios de que os ataques partiam do mesmo investigado.

Entre as vítimas iniciais estavam o governador do estado, secretários de estado, deputados estaduais, prefeitos e pré-candidatos a prefeito. Surgiram como vítimas, no curso da investigação, o então juiz eleitoral de Valença, uma vereadora e um pré-candidato a prefeito dessa mesma cidade.

“Com afastamento de sigilo bancário e colaboração do Tribunal de Contas do Estado - TCE, observou-se que o investigado, autor direto dos crimes, recebia recursos, sem licitação ou contrato prévios, da Prefeitura de Valença, durante o período de execução dos crimes”, declarou o delegado.

Segundo o delegado, a confissão do investigado foi confirmada por elementos de prova técnica colhidos no Inquérito Policial, com a quebra de sigilo bancário e de dados.

A investigação continua, para apurar a participação de demais pessoas nos crimes. Segundo o delegado Anchieta Nery.

‘Atentado à democracia’

“A quantidade de perfis e grupos em redes sociais manipulados pelos investigados com objetivo de manipular a opinião pública com objetivos eleitoreiros caracteriza verdadeiro ato atentatório à democracia", declarou o delegado.

Ele destacou que crimes deste tipo devem ser denunciados para que sejam investigados e os autores devidamente punidos.

"A Polícia Civil alerta à população em geral que crimes cometidos em meio virtual, como quaisquer crimes, são passíveis de responsabilização e a Instituição tem o conhecimento técnico e ferramentas necessárias para a realização da investigação policial", disse.

Fonte: G1 Piauí

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